Você sabia que mais da metade dos jovens brasileiros conclui o ensino médio sem saber qual carreira seguir? Segundo um levantamento recente feito no Espírito Santo, 52,8% dos vestibulandos não têm clareza sobre a profissão que desejam seguir. Esse dado escancara uma realidade silenciosa: muitos jovens tomam decisões importantes sem autoconhecimento suficiente, guiados mais por pressão externa, modismos ou tentativas e erros do que por uma compreensão real de seus valores, interesses e talentos.

As consequências dessa falta de clareza são sérias – e mensuráveis. Uma vez no ensino superior, muitos estudantes percebem que o curso escolhido não está alinhado ao que realmente desejam. Isso se traduz em números alarmantes: as taxas de evasão e troca de curso no Brasil estão entre as mais altas do mundo, indicando que grande parte dos jovens acaba abandonando ou mudando de caminho, desperdiçando tempo, energia e dinheiro. Não é só uma escolha acadêmica frustrada. É uma crise silenciosa de identidade profissional.

E o problema não para por aí. Mesmo depois de formados, muitos carregam as consequências dessas escolhas mal fundamentadas. Uma pesquisa internacional da Resume Now revelou que 66% dos profissionais relatam algum tipo de arrependimento relacionado à carreira. Seja por terem seguido um caminho que não combina com seus valores, por não terem aproveitado oportunidades de mudança, ou simplesmente por nunca terem parado para refletir sobre o que realmente queriam, o fato é: dois em cada três adultos fariam algo diferente se pudessem recomeçar.

Essa insatisfação se reflete diretamente no ambiente de trabalho. Uma sondagem feita no Brasil em 2020 apontou que nove em cada dez brasileiros estão infelizes em seus empregos. Sim, 90%. Um índice que nos coloca entre os países com maior taxa de infelicidade profissional no mundo. Isso afeta não apenas o desempenho e a motivação, mas também a saúde emocional e a qualidade de vida dessas pessoas.